quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Chagas

Na marola jornante, avisto a insista revolta de uma dócil sentimental, que, embora já não alheia ao anfitrião por escolha ou contrária falta desta, jamais se tornou capaz de nominar ou descrever, aquela que certos leigos, por ampla ousadia, puseram-se a bradar, com seu insensível vigor, paixão.
A tal, desconheço porque diabos, não se faz notar banhada de solidão. Consigo, o cheiro, o olhar, o aveludado e vocal tom de uma lânguida pudica que estreito dista da alma dum frustrado suspeito a declamar o acato imposto pelas arbitrárias normas da crônica visitante. O faz mesmo no auge de sua gênera ignorância. Sim! É ignorante aquele que cogita ser profundo conhecedor do outro, visando apenas suas observações do que pode, perfeitamente, condicionar a seleta face do indivíduo manchado de males paradoxais ao espectro visível. Insensatez a que me guiou a palavras tais! Descrevo, acidentalmente, a mesma ignorância que, há tempos, me assola. Impregnante! Impugnante!
De seus denotados acréscimos nunca se difundiram minhas vistas enfadadas de tanto cachoeirar as gotículas de uma passagem antagônica a que jurei autoespectar. Uma passagem corriqueira que, por vezes, fez sangrar o decrépito coração de quem, inclinado a idolatria, recorre ao ardor, mesmo quando se desvaira. Entre o sublime caminhar de uma persona, abrange o indiscreto embrasar compassivo do que jurei pairar benevolência. De fato, fez-se de afeição o sentimento que se entortou como a rosa espinhelhada, isentando-se apenas das nódoas exteriorizadas que perduram na derme do jardineiro. Não me arremesso à desventura de abordar discrepância entre a ferida rosácea e a do peito, na baldia e respectiva visibilidade coesa e distante do fato proposto. Pecaria como aquele que não ponderou como chaga, o profundo desgosto do apaixonado que espera arduamente pela simbiose à alma cândida de uma donzela que, apenas em surreais devaneios, render-se-ia aos encantos do agônico adepto.