segunda-feira, 1 de junho de 2009

Retrato

Na tela, as tinturas amarguravam-se
Postavam um escárnio de angústia.
A modéstia insinuante era penosa
Um descaso às margens do social.
Massacrados guris.
Pés descalços, tão rotos
Envoltos em ações arbitrárias.
O desloque é massante
Estada aflição o reflexo na face.
Falo de faces encarceradas!
Faces tristonhas e apunhaladas.
Crueldade!
A crueldade de um futuro presente
Manchado por cartas finanças.
Nos morros, barracos, empresas:
Vende-se almas.
Vende-se vidas.
Almas vividas que no divertir-se do asfalto
Ascendem ao purgatório.