domingo, 29 de novembro de 2009

teu anseio

se me anseias derradar
basta alçar-me seu viver
basta andar de costas nuas
nua inteiro após um beijo

se me anseias derradar
faça sombras sobre mim
silhuetas imorais
de teu corpo em movimento

se me anseias derradar
veja a luz solar erguer-se
ao meu lado, entrelaçados
entre tiras de paredes
entre brisas
entre nódoas
se me anseias derradar
dê-me a alma incinerada

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

bailares?!

no começo ela sentada
moça nobre, recatada
mas o tempo recorre
quer a moça no salão
vem primeiro o par na valsa
cavalheiro, bom rapaz
mas o tempo é implacável
e o vestido escorrega
vira calça, vira saia
vira mini, micro-saia
e o cavalheiro agora é ogro
fala grosso, xinga, zomba
mas a moça vai gostando
e o tempo vai passando
vem o short, a blusa curta
vem o baile, a dança bruta
e já não há cavalheiros
a valsa sai
surge a batida
e enquanto a moça - já sem roupa
vai quebrando e requebrando
eu, sujeito saudosista
vou ter que virar artista
pra poder galantiá-la

domingo, 15 de novembro de 2009

carreata

todo dia
o dia todo
toda hora
a todo instante
esse povo é apressado
mas a pressa não responde
engarrafa
anda
freia
e depois segue adiante
pra num ponto mais a frente
começar tudo de novo

oh! vidinha sem intuito

terça-feira, 10 de novembro de 2009

vento

quando corria
batia-lhe o vento

quando sorria
batia-lhe o vento

quando chorava
batia-lhe o vento

quando me olhava
batia-lhe o vento

quando dormia
batia-lhe o vento

e assim seguiamos adiante
eu
meu amor
e um vento cálido