quinta-feira, 28 de maio de 2009

Depresso

Vão aos altos e longos saltos
Os entorpecidos pés de anseio
Memorados por cantigas crotaladas
Encalçados por arestas desgrenhadas.
Abismadas.
Sim! São, de fato, abismadas
As noções de plangência, dolência.
E por calçadas de sutil volúpia
Enfiadas por imas entranhas
O opresso de si estila culpa
Estirado ao vórtice do silabar
De um zurrado e funesto sussurro.

sábado, 16 de maio de 2009

Presença Ausente

Teus seios inda estão em minhas mãos.
Sentido ausente de ti no carnal
No viver, um penar pela torpe seqüencia.
Enfraqueceram-se as bases amorosas
Pelo distar de correspondentes vivências
Aquelas tão tímidas e melodiosas
Que amarguravam-se do bem estar
O crítico e infindável bem estar
De almas que encharcavam-se d'outra.
Oh Deus! Encerraste duas vidas
Com apenas um deitar em leito eterno.
No sufoco do amor solitário
Excluo as premissas futuras e conjuntas a ti
E dobro-me à morte como um amante calado.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Perfeição

É inquietante buscar a perfeição.
De tanto repousarem em meus ouvidos
As notórias e impossíveis noções do perfeito
Rendi-me às barreiras de quem o busca.
Mas, de fato, não me isentei do anseio
De fazê-lo mostrar-se concreto.
Posso tornar perfeito o meu caminhar.
Distoar do que dizem nas calçadas.

Perfeição não, não é figura sobre a pele.
Não é retalho que esconde a tal figura.
Perfeito é aquele que repousa são.
O que dedicou-se ao caráter fiel.
O caçador à procura da suposta perfeição.
Este é perfeito, pois se deita na extinta fé.
E faz dos pecados um convite ao primor.